O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, 65, e o presidente de honra da Fifa, João Havelange, 96, receberam 19,25 milhões de francos suíços (R$ 40 milhões) em subornos da ISL. O envolvimento foi confirmado no dossiê do caso liberado hoje pela Justiça Suíça.A ISL foi durante a década de 1990 e o início da última década a principal parceira comercial da Fifa. Quando foi a falência, um processo judicial na Suíça demonstrou que houve pagamentos de mais 100 milhões de francos suíços para dirigentes em troca de benefícios nas negociações comerciais, envolvendo direitos de televisão e marketing.
Apesar das acusações de envolvimento dos cartolas brasileiras feitas pela emissora britânica BBC e pelo jornal suíço "Handelszeitung", o processo judicial sempre foi mantido em sigilo até hoje quando foi liberado para jornalistas que tinham entrado com ação pedindo a transparência integral dele. A Folha teve acesso ao dossiê por meio de um dos jornais que o obtiveram hoje.
QUEM SÃO
Teixeira assumiu a CBF em 1989 e deixou a entidade em março deste ano. Na mesma época saiu do COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo-2014) e do comitê executivo da Fifa. Alegou problemas pessoais e de saúde. Ainda em março, a reportagem da Folha tentou procurar Teixeira em sua casa em Miami, mas não foi recebido.
Havelange foi presidente da Fifa por 24 anos --o último, antes de Blatter. Ele ainda é presidente de honra da entidade. Em dezembro do ano passado, pediu desligamento do COI (Comitê Olímpico Internacional) por motivos de saúde. A saída foi entendida como uma medida para evitar uma possível expulsão devido o caso ISL.
Fonte: Folha de S.Paulo
Luiz Carlos David - 15.jan.89/Folhapress
Ricardo Teixeira na festa pela eleição na véspera de sua posse tendo ao fundo o tio Marco Antonio Teixeira; dirigente renunciou ao cargo.
Jamil Bittar - 12.jun.01/Reuters
Ricardo Teixeira, presidente da CBF, ao lado do
novo técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari,em Brasília;
Felipão foi convidado para ocupar o lugar de Leão,
que fracassou na Copa das Confederações
Na ação, está descrito que Teixeira ganhou 12,74 milhões de francos suíços (equivalente hoje a R$ 26,5 milhões) por meio da empresa Sanud, cuja ligação com o cartola já tinha sido estabelecida por meio da CPI do Futebol, no Senado. A Renford Investments Ltd foi outra empresa, com ligações com Havelange e Teixeira, que recebeu 5 milhões de francos suíços (R$ 10 milhões). Não sabe qual a divisão do dinheiro entre os dois neste caso.
Reprodução |
Primeira página do processo (em alemão) que aponta os nomes de Havelange e Teixeira
Havelange ainda recebeu outro pagamento de 1,5 milhão de francos suíços (R$ 3,1 milhões). Essa transferência irregular ao cartola era conhecida pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, segundo o dossiê ISL.
Por meio de sua secretária, o advogado de Ricardo Teixeira, José Mauro do Couto, informou que não falaria sobre o caso. O cartola atualmente mora em Miami (EUA), mas ainda tem cargo de assessor na CBF.
Já o advogado suíço de Havelange, Marco Niedermann, não estava em seu escritório em Zurique. Segundo funcionário do escritório, ele só voltará a Zurique na próxima semana quando decidirá se irá comentar a decisão. Era ele, juntamente com o advogado suíço de Teixeira, quem tentava barrar a publicação dos documentos.
Em 2010, durante a Copa, Teixeira e Havelange fizeram um acordo com a justiça suíça. Nele, pagaram uma quantia não revelada para em troca não tivessem o nome revelado publicamente.
Teixeira assumiu a CBF em 1989 e deixou a entidade em março deste ano. Na mesma época saiu do COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo-2014) e do comitê executivo da Fifa. Alegou problemas pessoais e de saúde. Ainda em março, a reportagem da Folha tentou procurar Teixeira em sua casa em Miami, mas não foi recebido.
Havelange foi presidente da Fifa por 24 anos --o último, antes de Blatter. Ele ainda é presidente de honra da entidade. Em dezembro do ano passado, pediu desligamento do COI (Comitê Olímpico Internacional) por motivos de saúde. A saída foi entendida como uma medida para evitar uma possível expulsão devido o caso ISL.
Fonte: Folha de S.Paulo
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